Muito se fala que o professor deve ter didática, procurar novas formas de educar, respeitar o tempo de aprendizagem do aluno, etc. Sabe o que é engraçado? Na minha época, nasci em 82, o professor não parecia ter nenhuma dessas preocupações, no entanto, TODOS os alunos sabiam ler e escrever (não somente seu nome, mas grandes textos também), sabiam a tabuada e efetuavam contas simples sem calculadoras. Não vou nem comentar, então, o respeito que tínhamos pelos nossos professores.
Em algum momento dessa história houve uma inversão de valores. Os pais passaram a ser somente os reprodutores, o papel de educar, no sentido de ensinar e despertar valores, foi endereçado às escolas.
Os alunos, hoje, esperam que o professor lhes dê respostas prontas. A educação tornou-se assistencialismo. Será que realmente nossos governantes pensam em construir um Brasil desenvolvido propiciando Bolsa isso e Bolsa aquilo? Daqui a pouco pediremos ao aluno que faça exercícios em aula e ele nos responderá: “Quanto ganharei para fazer isso?”
É na avaliação escrita que percebemos o quanto este aluno está defasado. Escreve a maioria das palavras erradas, e acento é um item que ele nunca viu. A boa pedagogia prega que você deve corrigir a avaliação e mostrar onde seu aluno errou. Mas será que ele realmente quer saber?
Para que estudar? Para que progredir? Para que sair da minha zona de conforto? “Se tudo na minha vida der errado, ainda terei o Bolsa Família”. Entendam que não podemos generalizar, existem pessoas a quem esse tipo de assistencialismo cai bem, ajuda, mas não acomoda. Com outros, não funciona bem assim.
Sempre estudei em escola pública, meus pais não são ricos, porém sempre compraram uniforme e material escolar, ir de chinelo para a escola, nem pensar. Éramos barrados na entrada. Se isso acontecesse, além de ser motivo de imensa vergonha, levaria bronca e umas palmadas em casa. Ah tá, como estou desatualizada, né? Hoje, isso não pode mais ocorrer. O Estado dá uniforme, mochila, caderno, tênis e, em alguns lugares, banho nas crianças. Lugar de criança é na escola, por isso, não se barra a entrada da mesma. Palmadas, então, xiiiii nem pensar. Legal! O que sobrou para os pais fazerem? Alguém consegue me responder????
Por mais que digamos, o aluno não consegue ter a dimensão de que o maior prejudicado é ele. Cresce sendo dependente e acrítico. Se para ele está bom assim, então para mim também. Quero é saber do meu bônus! Infeliz pensamento! Mas muitos pensam assim.
Se vejo bons ventos para a educação? Não, infelizmente não. E isso entristece e cansa muito um docente apaixonado pela arte de educar.
Olá Ana...
ResponderExcluirHá alguns dias achei algo interessante. Não sei lhe dizer exatamente os números. Mas segundo pesquisas recentes há milhares de jovens no Brasil sem o segundo grau completo. Temos a maior dificuldade de conseguir alunos para fazer cursos técnicos GRATUITOS. Quer dizer então que, jovens há, o que não há é interesse dos mesmos. Por que será? Talvez o seu artigo mostre um pouco essa realidade do "dar peixe". Precisamos ensinar o aluno "a pescar". Vemos que o governo não consegue despertar nos alunos o interesse pelo crescimento intelectual, profissional e pessoal. Assim nossa sociedade estará fadada a que?
Cecilio
Olá Ana
ResponderExcluirSeus artigos estão cada vez mais atraentes.
Adorei
Parabéns
Clenira